Veto a caixa de papelão em supermercados causa reação de empresários de Mogi Mirim
quinta-feira, 3 de maio de 2012A lei de iniciativa da vereadora Márcia Róttoli (PR), que proíbe o emprego de caixas de papelão usadas para acondicionar compras de consumidores em supermercados causa a reação de empresários do setor. Promulgada pelo presidente da Câmara, Luis Roberto Tavares (PSDB), em virtude do silêncio do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), a lei entru em vigor nesta segunda-feira (30).
A justificativa para o veto é de que as embalagens apresentam contaminação por bactérias que podem causar problemas à saúde. Márcia se apoiou em laudo nesse sentido elaborado pelo laboratório MicroBiotécnica. Na Capital, um vereador apresentou projeto semelhante sob as mesmas justificativas.
Desde o início de abril, supermercados deixaram de oferecer gratuitamente as sacolas plásticas em obediência a acordo entre o Estado e a Apas (Associação Paulista de Supermercados). O gerente da loja do Supermercados Lavapés, no bairro do Tucura, José Carlos Camargo, o Nino, questiona a restrição às caixas de papelão, que as empresas adotaram como alternativa. “A caixa de papelão é uma opção a mais para o cliente levar as mercadorias. Essas caixas não são um problema para nós, já que as vendemos e obtemos lucro com isso”, rebate. Nino contrapõe argumento à versão de que os supermercados teriam interesse em oferecer as caixas de papelão para se desobrigarem da responsabilidade de dar destina ambiental correta a elas”.
Camargo prevê que a nova lei vai gerar uma ‘saia-justa’ com seus clientes. “Não vamos ter o que fazer. Estamos sem opções”, reclama. Por sua vez, José Carlos Guidini, do Supermercado Magui, teme perder clientes em virtude da dificuldade imposta pela lei aprovada pela Câmara. Ele prevê relação desigual com concorrentes que ainda oferecem as sacolas plásticas. Sobre o veto às caixas de papelão ele insiste. “É uma opção a menos, que pode gerar perda nas vendas. Quando a pessoa vê que não tem como levar, ela compra menos”, calcula Guidini.
Por essa razão, ele não descarta a possibilidade de voltar a distribuir as sacolas plásticas. “Se começar a ‘apertar’ demais, vamos voltar atrás e oferecer as sacolinhas”, confirma a disposição.
O supermercado Dia, que inicialmente iria aderir ao acordo para abolir as sacolas plásticas no início do mês, voltou atrás. A loja mantém a distribuição das sacolas plásticas sob o argumento de que não há lei que proíba a prática, mas apenas um acordo entre o governo do Estado e a Apas.
Surpresos com a lei como os empresários, os consumidores dizem que ficarão sem muitas opções para o transporte de suas mercadorias. “Vamos ter que comprar. Não vai ter outro jeito”, prevê o aposentado José Arlindo. A microempresária Noemi Bueno, que faz compras em pequena quantidade, também não gostou da novidade. “É um absurdo. E quem faz compra grande o que vai fazer?”, questionou. Para a dona de casa Akemi Sakoda, que o jeito agora será levar as compras no carrinho do supermercado direto para o carro.
PUNIÇÕES
A lei que proíbe o emprego das caixas de papelão usadas prevê sanções aos estabelecimentos que não a obedecerem. A primeira será a advertência e, na reincidência, multa, suspensão das atividades por cinco dias e finalmente o fechamento. A aplicação dessas medidas, entretanto, vai depender da regulamentação da lei, que deverá ser feita por decreto do prefeito em prazo de 60 dias. A fiscalização à obediência das normas deverá caberá a órgãos da Prefeitura de Mogi Mirim.
Fonte: A Comarca
Mais notícias sobre Mogi Mirim:
- Empresa abandona obra do esgoto e não paga operários em Mogi Mirim
- Prefeitura de Mogi Mirim efetiva corte de cesta básica
- Eleições em Mogi Mirim: recurso deixa retorno de Paulo Silva mais próximo
- Técnicos do MP vistoriam igreja no dia 6 em Mogi Mirim
- Câmeras da prefeitura de Mogi Mirim registram jovens com drogas em praça