Mogi Mirim: Reparos na Igreja do Carmo ficam para 2013
terça-feira, 11 de setembro de 2012A necessidade de novo laudo que afaste de vez a hipótese de desmoronamento da Igreja Nossa Senhora do Carmo deve arrastar a resolução do caso para o próximo ano. Em reunião com as partes, a promotora Cristiane Corrêa de Souza Hillal decidiu pedir novas informações técnicas, desta vez de especialistas em mecânica do solo e cálculo estrutural. Em fevereiro, por ocasião de fortes chuvas, a igreja apresentou rachaduras em razão das obras do Residencial do Jardim.
O laudo requerido pela promotora inclui monitoramento das fissuras e trincas, bem como da estrutura de todo o quarteirão em torno da obra, o que deve perdurar até abril. A medida é preventiva, considerando também a chegada do período de chuvas. Só depois de afastar o risco de colapso na igreja é que as partes deverão formalizar acordo para iniciar a reparação dos danos ao prédio. “Quero uma pessoa assumindo que a igreja não vai cair”, justificou a promotora.
O acordo deverá considerar que os danos causados à igreja sejam reparados através de restauração criteriosa que respeite a técnica construtiva do prédio. Sobre isso, um valor será atribuído como compensação financeira ao município. Segundo Cristiane, provavelmente será pedido que o empreendedor faça obras complementares no NIAS (Núcleo Integrado de Atividades Sociais), já que a contrapartida se limitou a um campo de futebol. Entre os danos causados pelo empreendimento, a promotora cita a depreciação do valor estético da igreja, maior fluxo de trânsito e circulação de pessoas.
Todas essas diretrizes já traçadas para acordo futuro só devem ser desconsideradas caso o laudo solicitado aponte risco de desmoronamento da igreja. “Nesse caso, vou entrar com ação pedindo a desconstrução do prédio. Essa seria uma medida drástica que estamos tentando evitar”, ponderou Cristiane.
A promotora vistoriou a igreja acompanhada da arquiteta Lucilena Whitaker de Mello Bastos e o engenheiro Milton Oliveira Silva, ambos do CAEx (Centro de Apoio à Execução). A necessidade de aprofundamento dos laudos foi apontada por Oliveira Silva. Os novos pareceres deverão ser elaborados pelos engenheiros Gentil Miranda Júnior e Roberto Assumpção. As despesas da contratação serão pagas pelo empreendedor.
Ainda é aguardada vistoria do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) à igreja. Segundo a promotora, o objetivo é que o órgão oriente quanto ao projeto de restauro a ser posto em prática. “E para alcançar que o prédio seja tombado pelo Estado de São Paulo, o que resultará em uma proteção maior”, complementou.
Fonte: A Comarca