Em Mogi Mirim merenda volta a ser criticada por má qualidade
quinta-feira, 20 de setembro de 2012A merenda escolar foi novamente posta em cheque em Mogi Mirim. Agora, as denúncias relatam que a fornecedora ERJ Restaurantes vem entregando alimentos inapropriados para o consumo.
Na Câmara Municipal de Mogi Mirim, na segunda-feira, os vereadores João Luiz Teixeira (sem partido) e Márcia Róttoli (PR) denunciaram que merendeiras devolveram legumes e frutas fornecidos pela ERJ. Segundo disseram, alimentos de terceira qualidade foram recebidos e cobrados como de primeira. Quilos de carnes teriam sido descartados por má qualidade.
Os problemas teriam ocorrido na Escola “Geraldo Philomeno”, na zona Norte, e na “Monsenhor Nora”, no Centro. Nesta, A COMARCA foi informada de que nunca houve descarte de alimentos fornecidos pela ERJ. Os responsáveis pela escola não puderam se pronunciar oficialmente.
A “Geraldo Philomeno” também foi visitada por A COMARCA na tarde de ontem, no momento em que a merenda era servida aos alunos do período integral. O cardápio era composto por arroz, feijão, polenta, frango ao molho e salada de repolho com tomate. A sobremesa era constituída de uma fruta – mamão. Não foi constatada má qualidade nessa ocasião e as profissionais da escola também negaram que seja frequente a substituição de alimentos em condições inadequadas.
O problema que gerou a denúncia, segundo acredita a nutricionista da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, Sílvia Maria Sozza, foi a devolução de uma carga de maçãs à ERJ. As frutas chegaram na quinta-feira, dia 6, e seriam consumidas apenas na segunda-feira. A nutricionista diz que as frutas se estragaram em razão das altas temperaturas, foram devolvidas e trocadas pela empresa.
Já segundo João Luiz, parte do problema teria sido causado pela troca de fornecedor. Até agosto, o fornecimento de hortifrútis era feito pela firma do empresário Marcelo Sukada. No entanto, a ERJ cessou os pedidos, depois de acumular dívida de R$ 150 mil. A ERJ passou a comprar os alimentos na Ceasa, em Campinas, mudança que teria dado causa a má qualidade.
Os débitos da ERJ com a empresa Sukada começaram em maio. Segundo o empresário, a ERJ amortiza a dívida em pagamentos esporádicos que não cobrem o total. Ele contou que a empresa chegou a firmar acordo para pagar em cinco parcelas diárias. No entanto, a negociação não foi cumprida. O último repasse, de R$ 30 mil, só foi feito na última msegunda-feira, dia 10. “Quando entro em contato para cobrar, não dão nenhum retorno”, reclamou.
A ERJ também acumula débitos com a BomPão. O proprietário, Sidney Coser, contou que fornece pães destinados à merenda desde 2005, quando a Coan ainda administrava o serviço. Os pagamentos eram feitos regularmente até o final de 2011, quando a ERJ assumiu.
“Ficamos desnorteados porque não foi feito contrato novo, só foi comunicado que a emissão das notas deveria ser feita com outro CNPJ”, contou Coser. Atualmente, A BomPão fornece cerca de 20 mil pães por semana à ERJ. No inicio do ano, a empresa começou a faltar com os pagamentos. Segundo Coser, os repasses são feitos de forma irregular, espaçados, ao passo que o fornecimento é mantido regularmente. “A gente entrega de caixas fechadas e eles pagam de conta-gotas”, comparou.
Coser diz que há notas emitidas em abril que ainda não foram pagas. A dívida chegou a R$ 80 mil, mas foi parcialmente paga na terça-feira, quando a ERJ repassou R$ 30 mil. “Alegam que estão recebendo muito mal das Prefeituras e que estão em débito com fornecedores de outros municípios”, contou Coser.
Fonte: A Comarca
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