Em Mogi Mirim, novo diretor técnico da Santa Casa aponta falta de médicos
sexta-feira, 28 de setembro de 2012Nomeado há 10 dias, o novo diretor técnico da Santa Casa de Mogi Mirim, Carlos Eduardo Gzvitauski, aponta defasagem de pelo menos 20 médicos e sucateamento de equipamentos como os principais problemas do hospital. Ele foi nomeado pelo interventor Roberto de Oliveira Junior, em substituição a José Geraldo Romanello.
A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está funcionando com apenas dois médicos, quando o ideal seriam oito. “Se um único médico vier a se afastar, o sistema entra em colapso”, argumenta. É o mesmo problema da UTI Neo-Natal, integrada atualmente por médicos da cidade de Campinas. As duas UTIs e a ala materno-infantil são as mais críticas na avaliação de Gzvitauski.
A área de obstetrícia está com quatro plantonistas dos 12 que prestavam atendimento. “Esse mês, não consigo preencher escala de obstetrícia nos finais de semana”. A ala de pediatria possui apenas um médico especialista aos finais de semana e seis que se revezam em dias úteis. Dos três neurocirurgiões, dois se afastaram, revelou Gzvitauski.
“As queixas são sempre as mesmas, remuneração aquém do mercado e indisposição com o antigo administrador”, disse o diretor técnico, se referindo ao ex-diretor executivo Ronaldo Carvalho. Em razão do afastamento gradativo de profissionais, atualmente os plantões clínicos são prestados por médicos que não possuem titulação ou residência.
Equipamentos sucateados engrossam a lista de problemas. Um endoscópio estaria sucateado porque “foi adquirido usado e impróprio”. O número de aparelhos de imagem está defasado. O material urológico é cedido por um médico ao hospital, relatou Carlos Eduardo.
O quadro técnico foi resumido em uma frase: “Me rendeu três noites de insônia. A Santa Casa deveria ser o refúgio da população e hoje temo pela pessoa que procura aqui”.
Para solucionar os problemas, Gzvitauski propõe a recuperação dos equipamentos, o reajuste salarial aos médicos a longo prazo e a reconquista da confiança dos profissionais. “Mais do que a dívida bancária, a situação que coloca em risco o hospital é a insegurança dos médicos, que não querem trazer seus pacientes para cá”.
O diretor técnico se declarou a favor da retomada do atendimento aos conveniados da Unimed. “É impossível que a Santa Casa sobreviva sem os convênios. Se isso acontecesse, teria que haver encolhimento do hospital. Faço um apelo à Irmandade para que não permita que a situação anterior volte, porque vai ser um caos”, advertiu.
HISTÓRICO
Gzvitauski foi diretor de Saúde da Prefeitura no governo de Paulo Silva (PSB). Desde 1994, integra o corpo clínico da Santa Casa, mas estava afastado há um ano, alegando que sua participação foi “inviabilizada” pela gestão da Mesa afastada. Sua nomeação foi justificada pelo “entrosamento” com o interventor Oliveira Junior.
Fonte: A Comarca
Se este Sr. cuidar da Santa Casa como cuidou do meu pai, o futuro não será nada animador.