Greve já atinge revendas de gás em Mogi Mirim
sexta-feira, 16 de novembro de 2012A greve dos funcionários de empresas distribuidoras de gás de cozinha, iniciada na segunda-feira, 12, já afetou os revendedores locais, que estão sem receber os carregamentos vindos da Refinaria de Paulínia.
O fornecimento aos consumidores vem acontecendo de forma irregular em alguns estabelecimentos.
Na Nova Gás, no bairro Santa Luzia, os carregamentos não estão sendo suficientes para suprir a demanda. “Desde ontem, não tenho gás para fornecer. Hoje, fomos buscar 50 botijões na região de Ribeirão Preto, mas para quem vende 90 botijões por dia, é pouco”, disse um dos proprietários, José Toledo. No local, o preço foi ajustado, de R$ 42 para R$ 45.
Na Ultragas, ainda não há falta de botijões para o consumidor, mas os carregamentos estão acontecendo com maior intervalo de tempo. “Recebemos 300 botijões da distribuidora da cidade de Ribeirão Preto. Normalmente, recebíamos de dois em dois dias, agora esse tempo passou para três dias”, conta o funcionário Geucimar Aparecido da Silva. O preço ao consumidor, por enquanto, não sofreu acréscimo na revendedora.
O comerciante André Maiollo, da Maiollo Gás, na Vila Bianchi, passou a carregar os botijões em Ribeirão Preto, o que aumentou o preço de custo. O botijão convencional passou de R$ 42 para R$ 45 e o industrial, de R$ 150 para R$ 170. “Tivemos que aumentar por conta do custo de frete”, justificou.
No último carregamento, Maiollo conseguiu adquirir 200 botijões junto a uma distribuidora de Ribeirão Preto. “Esse volume deve esgotar em um dia. A procura está sendo alta porque há locais sem botijões para vender”, explicou.
Segundo ele, já há ameaça de paralisação também em Ribeirão Preto. “Se não houver um acordo em breve, acredito que só vamos encontrar distribuidoras no Rio de Janeiro e no estado de Minas Gerais. Não sei para onde vai o preço nesse caso”, teme. Ele orienta que o consumidor somente adquira o botijão em caso de necessidade. “Não estou vendendo dois botijões para o mesmo cliente para conscientizar que há escassez”.
Na Hora Gás, no Parque das Laranjeiras, o carregamento já está vindo de outro estado. “Ainda não chegou a faltar para o consumidor, mas o que temos aqui deve acabar logo”, estimou a proprietária, Edna Aparecida Custódio.
INTERIOR
A greve atinge 90% das empresas revendedoras de gás no interior, segundo balanço do sindicato da categoria. Terminou sem acordo a assembleia realizada anteontem entre os representantes do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) e de sindicatos de Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo. A categoria reivindica mudança na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e também reajuste de 15% no salário. O Sindigás oferece índice de 5,89%.
Na terça-feira, dia 13, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região realizou audiência com as partes, na tentativa de colocar fim ao impasse.
Fonte: A Comarca