Interventor da Santa Casa de Mogi Mirim sinaliza fim da intervenção, mas recua
quarta-feira, 17 de outubro de 2012Dois dias depois das eleições municipais, a Prefeitura Municipal de Mogi Mirim sinalizou que colocaria fim à intervenção na Santa Casa. Na terça-feira passada, dia 9, o advogado da interventoria, Alcides Pinto da Silva Junior, procurou o provedor do hospital, Dílson Wagner Guarnieri, com o objetivo de articular uma reunião envolvendo a Mesa Diretora afastada e a Irmandade.
A reunião aconteceria na quarta-feira, mas não se concretizou depois que a informação vazou na imprensa. A COMARCA antecipou o fato ainda na terça-feira, em suas páginas na internet.
“Procurei o Dílson para propor uma transição amigável e tranquila”, admitiu o advogado Silva Junior. Segundo ele, em razão da publicação do fato, o agendamento da reunião será rediscutido na próxima semana.
O encontro, informou, tinha o objetivo de apresentar à Mesa Diretora detalhes sobre a situação do hospital e as providências tomadas pelo interventor Roberto de Oliveira Junior. “Seria uma prestação de contas para esclarecer mal-entendidos e apresentar o que foi identificado”, explicou Silva Junior.
Ele assumiu que a intenção era entregar o comando do hospital à Mesa afastada, mas não informou quais seriam as condições impostas pela Prefeitura para a concessão. “A intervenção é para ser transitória”, disse apenas.
Silva Junior negou que a manifestação da Prefeitura tenha relação com o fim do período eleitoral e com a derrota da candidata da situação Flávia Rossi (PSDB). “O prefeito eleito (Stupp) falou que ia procurar diretamente a Mesa Diretora para discutir a situação da Santa Casa. Então, não tem mais sentido seguir a intervenção e queremos fazer a transição da melhor forma possível”, argumentou.
De acordo com o provedor Dílson Guarnieri, o advogado da interventoria teria sinalizado que haveria algumas condições para concretizar a “devolução” da Santa Casa. “Nós queremos retomar a administração do hospital sem nenhuma imposição”, adiantou Guarnieri.
A principal preocupação da Mesa afastada, apontou Guarnieri, é que o hospital não consiga arcar com atos praticados pelo interventor, como aumentos salariais e verbas rescisórias. “Disseram que há uma dívida de R$ 9 milhões. E se esse rombo aumentou? Quem vai pagar a conta?”, questionou o provedor.
Para ele, a intervenção já causou sérias consequências ao hospital. “As denúncias lançadas pelo interventor denegriram a imagem da entidade, da Mesa Diretora e do Ronaldo”, lamentou. O ex-diretor executivo, Ronaldo Carvalho, foi demitido pelo interventor em agosto.
Sobre possível retorno de Ronaldo à gestão do hospital, o tesoureiro Josué Lolli garantiu que, após retomada, a administração será feita de forma corporativa. “Não haverá diretor executivo”, adiantou.
OFICIAL
Através de nota distribuída pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura, o interventor Roberto de Oliveira Junior confirmou que está buscando um acordo com a Mesa Diretora. Entretanto, não prestou esclarecimentos quanto à possibilidade de encerrar a intervenção.
A nota diz que o interventor aguarda o julgamento de agravo regimental pelo Tribunal de Justiça do estado de São Paulo e que não há data precisa para apreciação. O Tribunal deverá decidir se a Mesa Diretora retoma a gestão do hospital. Em agosto, o presidente do órgão, Ivan Sartori, derrubou a liminar que suspendia a intervenção.
Em entrevista concedida à A COMARCA no final de setembro, Oliveira Junior garantiu que a intervenção teria continuidade após as eleições. Ele chegou a dizer que o prolongamento da interferência no hospital demonstraria a ausência de motivações ‘eleitoreiras’ no ato.
Fonte: A Comarca
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