Mãe acusa erro médico em parto de 12h e deixou bebê internado na UTI em Mogi Mirim
quinta-feira, 14 de junho de 2012A polícia abriu inquérito nesta última quarta-feira (13) para apurar um suposto erro médico e negligência no atendimento durante um parto na Santa Casa de Mogi Mirim. O bebê está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há 23 dias. Segundo a mãe Sheila Aparecida Agostim, o procedimento demorou 12 horas e provocou machucados na cabeça do recém-nascido. Após o caso, o médico que fez o atendimento solicitou a rescisão de contrato com o hospital.
A auxiliar de escritório conta que chegou ao hospital por volta das 5h com fortes dores e foi atendida por um plantonista durante cerca de duas horas, quando houve troca de equipe médica. “Fui questionada se a bolsa havia rompido e confirmei. Marcaram a ultrassonografia para 9h30, mas o exame só ocorreu por volta das 11h30”, explica. O resultado, segundo a vítima, apontou perda de 3% do líquido da placenta, o que indica que a grávida está em trabalho de parto.
Sheila lembra que os exames feitos durante o pré-natal apontaram que o bebê “seria grande” e a cesariana era o procedimento indicado pelo médico de uma clínica particular em que realizou exames, além de profissionais que fizeram o acompanhamento em um posto de saúde no Centro. “O exame apontou que o Davi [nome do bebê] nasceria com quatro quilos. Tenho um filho de 10 anos que nasceu por cesariana.
Segundo a mãe, o problema ocorreu depois da ultrassonografia, o médico me deixou em repouso no quarto e entendeu que o bebê deveria nascer de parto normal”, critica. Sheila disse que iria retirar uma carta de recomendação na clínica, mas o filho nasceu sete dias antes do previsto.
Insistência
A auxiliar de escritório afirma que passou a ser monitorada de hora em hora até o momento do parto, às 17h30, e que tentava convencer o ginecologista obstetra de que a cesariana era o melhor procedimento.
“Ele começou a me questionar, dizendo que ele era o profissional. Insisti que não conseguiria, mas parece que se tornou questão de honra para ele. Já estava fraca e quase desmaiando de dor quando chegou o momento”, critica.
Sheila conta que foi levada à sala de cirurgia após ter dilatação de seis centímetros, mas o procedimento deu errado. “Não foi suficiente e ele usou um fórceps, o que machucou a cabeça do Davi. Ele não chorou e também não abriu os olhos”, lembra emocionada. O diâmetro da cabeça do recém-nascido, segundo a mãe, tem 33 centímetros e o fêmur sete centímetros.
O bebê recebeu massagem cardíaca e foi levado para a UTI neonatal, onde permanece internado desde então. “Por ser um bebê forte, pode ser que ele saia sem qualquer sequela ou morto”, explica Sheila. Ela adiantou que irá processar o ginecologista e aguarda pela definição do estado de saúde da criança para mover uma possível ação por danos.
Inquérito e apuração
A delegada do 3º Distrito Policial de Mogi Mirim , Raquel Casalli Gadiani, disse que Sheila, a irmã dela e um dos médicos citados pela família no registro da ocorrência, prestaram depoimento. “Preciso apurar se houve negligência. Não há como precisar o número de testemunhas, pois durante os trabalhos outras pessoas podem ser envolvidas”, comenta a delegada, que espera por uma lista com os profissionais envolvidos no trabalho de parto, que será enviada pelo hospital.
A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que o ginecologista obstetra pediu desligamento na semana posterior ao caso. Além disso, ressalta que prestou toda assistência à paciente e aguarda análise do Conselho de Ética Médica.
O G1 não conseguiu contato com o advogado do médico até esta publicação para comentar a denúncia.
Fonte: G1.com
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