A Praça Ibrantina Cardona, no Jardim Santa Helena, é mais um dos vários exemplos de áreas públicas que sofrem com a falta de manutenção. O mato impede que as crianças se divirtam na pequena quadra e nos brinquedos instalados para tal fim.

A aposentada Aurora Doine, que mora a quase 20 anos em frente à praça, tem o costume de marcar em seu calendário todas as vezes que o local passa por manutenção. Segundo ela, foi na última semana de dezembro a mais recente poda do mato, realizada por funcionários da Prefeitura.

Aurora persiste, porém acaba sempre tendo a mesma resposta. “Liguei já duas vezes na semana passada e retrasada e me disseram que o prefeito estava estudando a escala dos bairros. Minha vizinha também ligou e disseram que em trinta dias resolveriam o problema.”, contou.

“Dos quatro meses que trabalho aqui, sempre foi assim.”, disse a empregada doméstica Rosângela Gabriel. “Pra marginal é um ‘prato cheio’. Onde já se viu chegar numa situação dessas?”, criticou, referindo-se à iluminação, que é prejudicada pelos galhos das árvores.
Outro “prato cheio” é para a criação de larvas do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue, em um bebedouro que armazena água parada, devido à quebra de torneiras por vândalos.

Na quarta-feira, quatro morcegos mortos foram encontrados na calçada por moradores, possivelmente por conta de descargas elétricas de um fio de alta tensão muito próximo a uma árvore frutífera. “É um festival de morcegos. Reclamei na Elektro e eles informaram que é a Prefeitura que deveria solicitar a poda.”, disse Aurora.

Plácido e Lucia Helena Guarnieri moram já sete anos no local. “Funcionários vêm a cada quinze dias para varrer as ruas”, reclamou Plácido. “A cidade está abandonada. A gente paga impostos e não tem manutenção. Já caiu até galhos de árvores em cima de um carro”, contou Lucia Helena, que também ligou na terça-feira cobrando soluções da Prefeitura de Mogi Mirim.

A professora aposentada, Maria Aparecida Gennari Bianchi, contou que já encontraram ratazana e cobras no local. Ela também já entrou em contato com o Departamento de Serviços Municipais e disse que foi tratada com rispidez. “Liguei ontem (quarta-feira) e disseram que não tinha previsão, talvez só em junho. A funcionária que me atendeu ainda disse que não era só aqui, que a cidade inteira estava assim.”. Cansada da situação, ela pensa em se mudar. “Já falei pro meu marido que estou pensando em vender a casa e sair daqui.”, contou.

A reportagem procurou pelo Diretor do Departamento de Serviços Municipais, Rodrigo Sernaglia, porém, não obteve retorno para saber as medidas que serão tomadas com relação aos problemas apresentados pelos moradores do local.

Fonte:  A Comarca