Prefeitura de Mogi Mirim coloca fim à intervenção e inicia transição
quinta-feira, 8 de novembro de 2012A intervenção da Prefeitura Municipal de Mogi Mirim na Santa Casa chegou ao fim na, dia 5, quando começou um processo de transição para que a Mesa Diretora retome a gestão do hospital. A decisão foi tomada em reunião realizada em 31 de outubro.
Participaram o provedor Dílson Wagner Guarnieri, o membro da Irmandade Charles Goulart, a prefeita em exercício Flávia Rossi (PSDB) e o interventor Roberto de Oliveira Junior. “Em comum acordo, foi resolvido que a intervenção acabaria, será revogada por decreto e a Mesa voltou ao hospital a partir de segunda-feira”, contou Dílson.
Segundo relatou Dílson, a Mesa Diretora reassumiu a administração sem que tenha havido interferência em sua composição. Na segunda-feira, 5, Dílson e o tesoureiro da Irmandade, Josué Lolli, passará a se reunir com a atual equipe de intervenção, o que deve se repetir por 10 dias. “A gente vai se inteirar da situação. As pessoas que atuaram lá pela Prefeitura vão passar tudo o que foi feito, quem entrou, quem saiu”, disse o provedor.
A interventoria irá repassar à Mesa Diretora números e dados da auditoria realizada nas contas do hospital nos últimos meses. “Pode ser que identificaram coisas que a gente nem sabia. Acho que foi um mal que veio para o bem”, disse Dílson. Após essas reuniões, a Mesa deverá divulgar parecer se posicionando sobre a situação constatada.
O clima da conversa com Flávia e Oliveira Junior, relatou Dílson, foi amistoso, ao contrário do que ocorreu no último encontro realizado no dia 26 de outubro, marcado por troca de farpas entre Irmandade e interventoria. “Foi possível conversar desta vez”, resumiu. “Foi tudo muito amigável”, completou.
Para ele, a participação de Flávia contribuiu para amenizar o clima de tensão. “Ela estava disposta a ouvir. Foi uma peça fundamental. Se tivesse participado antes, talvez esse processo teria sido menos doloroso”, observou o provedor.
Sobre as contratações realizadas pelo interventor, em especial a do atual diretor técnico Carlos Eduardo Gzvitauski, Dílson disse não haver posição definida. “Vai ficar tudo em standy by até vermos como será resolvido”, disse. “Tudo aquilo que a interventoria fez de positivo, vai continuar. O que acharmos que não foi viável, tomaremos outros caminhos”.
Sobre o possível retorno da prestação de serviço aos conveniados da Unimed, Dílson afirmou que já houve conversas preliminares com a equipe da operadora. A intenção é viabilizar a renovação do contrato. “O hospital precisa da Unimed e a Unimed precisa da Santa Casa. Vamos rediscutir os valores da tabela de serviços e tentar chegar a um consenso, não podemos ficar com uma tabela deficitária”.
A primeira tentativa de diálogo entre a interventoria e a Mesa Diretora aconteceu no último dia 26. Membros da Irmandade e Mesa foram convocados para reunião com o interventor Roberto de Oliveira Junior. O encontro acabou em impasse e ficou definido que haveria a segunda reunião, envolvendo um grupo menor, incluindo um representante da sociedade. Essa última participação acabou não se confirmando porque, segundo Dílson, a pessoa convidada não pôde comparecer.
POLÍTICA
A Santa Casa estava sob intervenção da Prefeitura desde o dia 16 de agosto, quando o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) decretou o ato e nomeou a diretora de Saúde, Célia Dorázio, como interventora. Antes mesmo de publicar a decisão, Carlos Nelson compareceu ao hospital de madrugada para fazer valer o decreto. O ato foi justificado pela necessidade de garantir o atendimento à população, já que médicos ameaçavam greve por conta de salários atrasados.
No dia seguinte, a Mesa Diretora alcançou na Justiça liminar que derrubou o decreto. Quatro dias depois, a Prefeitura conseguiu retomar a intervenção através de recurso junto ao Tribunal de Justiça.
A intervenção termina menos de 30 dias após o fim das eleições municipais em um contexto em que o grupo de Carlos Nelson Bueno (PSDB) não conseguiu eleger sua candidata, Flávia Rossi.
Ao longo desse período, a principal crítica girou em torno da conotação política que o ato inspirava. Membros da Irmandade e da Mesa Diretora acusavam a administração de usar a intervenção em favor do atual governo e, consequentemente, da candidata da situação.
Fonte: A Comarca
Mais notícias sobre Mogi Mirim:
- Homem é achado morto em Mogi Mirim
- Sob protestos, GM e Brigada aceitam voltar à antiga jornada em Mogi Mirim
- Comércio de Mogi Mirim faz última semana até às 22h e serviços públicos definem horários
- Igreja em Mogi Mirim deve ser reativada em março
- Mogi Mirim: Encontro no Planalto aponta resultado positivo